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earielteixeira

Modelo mental

Ferramenta mapeia como o usuário pode pensar



Em março de 2019, fui o palestrante principal no XI Encontro Acadêmico do GCI, realizado na UFF. O tema do trabalho apresentado foi "Arquitetura de Informação, seus conceitos principais, sistemas navegação e implementações possíveis dentro da Economia Criativa".


Durante uma das interações com o público, testamos o modelo conceitual de um projeto real. No caso em questão, uma loja virtual bem conhecida do público carioca, contando com os participantes do encontro como colaboradores.


O Card Soting permite descobrir como os usuários acham que seu conteúdo deveria ser organizado e categorizado. Com isso, usando o software Optimal Sort, o método de classificação de cartões deu uma visão de como se conceituam, agrupam e rotulam ideias. Assim, toda tomada de decisões se torna confiável, especialmente quanto ao projeto de Arquitetura de Informação de um produto.


Para aqueles que desejam conhecer mais do assunto, uma boa indicação de livro é Card Sorting da pesquisadora Donna Spencer. O material contido na publicação é basilar para compreensão do método.


Donna é uma designer autônoma, palestrante regular em conferências e autora três livros sobre: "On Information Architecture", "Card Sorting" e "Writing for the Web". Ela criou o grupo UX Australia e o administrou por 9 anos.


Modelos mentais

Conforme DAVIS (1990), quando interagimos com qualquer coisa, seja o ambiente, outra pessoa ou artefatos tecnológicos, formamos modelos mentais internos de nós mesmos interagindo com eles. Quando "rodados" ou repetidos do início ao fim estes modelos mentais propiciam as bases a partir das quais podemos predizer ou explicar nossa interações.


Em particular, o termo algumas vezes refere-se ao modelo que o usuário tem do sistema, outras vezes ao modelo que o designer tem do sistema e, por fim, o modelo que o designer ou o sistema tem do usuário. Norman & Draper preferem usar modelo mental como sendo aquele que o usuário tem do sistema.


Como modelo mental do usuário conceitua-se o modelo do sistema, formado pelo usuário, através de experiências e interações com o sistema e, especialmente, a partir de sua imagem do sistema. Por exemplo, uma Persona é uma das possíveis ferramentas para se ter esse modelo.


O modelo de projeto ou conceitual é aquele a ser construído. Deve-se distingui-lo do modelo que conceitua-se o modelo do sistema, formado pelo usuário, através de experiências e interações com o mesmo e a partir de premissas do projeto.


Em geral, a equipe de desenvolvimento tem um modelo de projeto, que alguns chamam de modelo conceitual, da maneira que eles pensam que o sistema deveria trabalhar.

O modelo de projeto ou conceitual é explícito e concreto e busca ser um modelo completo e consistente de um sistema . Um usuário, entretanto, normalmente só desenvolverá um modelo mental parcial de um sistema, o qual, em muitos casos, será mutável, simplificado e sujeito a distorções. Ainda assim, o modelo conceitual do projeto pode ser classificado como:

Top-Down (ênfase na tecnologia)
  1. Modelo mental falado

  2. Seleção do partido

  3. Prototipagem

  4. Intercâmbio de informações


Bottom-Up (ênfase nos usuários)
  1. Intercâmbio de informações

  2. Seleção do partido

  3. Modelo mental e prototipagem

  4. Implantação


O pensamento Top-Down é principalmente sobre o que já se conhece. Estamos decompondo em etapas o nosso conhecimento, com cada problema parecendo uma caixa preta - sendo o conteúdo é desconhecido. Mas, em algum momento, ficaremos presos e, em seguida, devemos mudar para uma perspectiva Bottom-Up a fim de tentar descobrir o que não sabemos. Agora estamos criando pequenos pedaços de softwares, que podem ser atores, que eventualmente se tornarão subsistemas em um sistema maior, algo que Vernon vê como uma abordagem relevante e complementar.


Já o modelo inteligente visa predizer, por meio de um programa inteligente um constructo de uma pessoa. Em tese, como o usuário poderá interagir - se projetado com tais atributos, a partir das ações conhecidas do mesmo. Tal qual o modelo mental interno do usuário, tido como um modelo conceitual parcial. Aqui pode-se citar o sistema de recomendações do Netflix.


O modelo conceitual de projeto é a imagem do sistema concebida pelo projetista; é um modelo para ser construído. Ele é um modelo conceitual oriundo do conhecimento implícito do designer ou criativo, em geral de seu repertório. Representa o modo como os projetistas pensam que o sistema deve trabalhar; busca ser um modelo completo e consistente do sistema, ou seja, um modelo operacional. Trabalha com o modelo do usuário típico do sistema, visando projetar uma imagem do sistema que propicie um modelo interno do usuário apropriado, diminuindo sua carga cognitiva durante o uso.



Figura 1: Modelos mentais (PREECE, 1993).



Resultados do teste

Seguem abaixo os prints com os resultados obtidos com o programa Optimal Sort, lembrando que ele executa o Card Sorting em meio digital e ajuda na tabulação dos resultados.


Figura 2: Informação gerais sobre os usuários participantes da avaliação.


Figura 3: Grupamento dos cartões.


Figura 4: Ordenação por categorias.


Figura 5: Matriz com os resultados em números absolutos.



Figura 6: Matriz com os resultados em percentuais.



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