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earielteixeira

Consultoria de UX

Atualizado: 14 de mar. de 2021

Avaliação Heurística de site de cursos




Em 2012, liderei uma consultoria para uma empresa de e-commerce na área de formação e preparação para concursos, junto com grupo de especialistas selecionados previamente. O ramo de atuação da organização era B2C e eles tinham um grande sucesso de mercado. Por respeito ao cliente manterei em sigilo o seu nome, todas imagens do site desfocadas e qualquer URL que possa indicar sua localização.


O intuito da avaliação estava em buscar incrementos na interação e na arquitetura, pensando em uma navegação mais fluída. Tais melhorias poderiam trazer ganhos em receita e na redução dos contatos via call center. Mediante o escopo do projeto e o tempo previsto de entrega, além da relação muito pontual com usuários se apontou pela Avaliação Heurística como técnica. Tal escolha se deu especialmente, em virtude dos contatos com usuários não serem tão frequentes e o perfil detinha uma agenda complicada para teste remotos.


Na ocosião, assumimos uma vertente de "avaliação somativa", com características empíricas, onde acontece após a implementação do site / sistema. Aqui o norte se deu em vista da obtenção de alguma melhoria no produto.


Avaliação de usabilidade pode ser entendida como o procedimento para aquisição de informação sobre a usabilidade ou potencial usabilidade de um sistema a fim de tanto aprimorar recursos numa interface em desenvolvimento e seu material de suporte quanto avaliar uma interface já finalizada.


O termo “avaliação heurística” em IHC foi introduzido por Jakob Nielsen e Rolf Molichno início da década de 1990, quando propuseram um método através da qual o projetista aplica um número de princípios ou heurísticas ao projeto. O termo cunhado por Nielsen e Molich descreve um método no qual um pequeno grupo de avaliadores examina uma dada interface e procura por problemas que violem alguns princípios gerais do bom projeto de interface.


Por ser uma ferramenta geral, a avaliação heurística pode ser aplicada em qualquer estágio do desenvolvimento do projeto, desde a prototipagem, como método formativo, até mesmo após a implementação, como método somativo.


Cada avaliador detinha conhecimento aprofundando sobre o segmento de mercado, desenvolvimento daquele tipo de produto e, essencialmente, às guidelines em questão.

  1. Visibilidade do status do sistema;

  2. Equivalência entre o sistema e o mundo real;

  3. Controle do usuário e liberdade;

  4. Consistência e padrões;

  5. Prevenção de erro;

  6. Reconhecer ao invés de relembrar;

  7. Flexibilidade e eficiência de uso;

  8. Estética e design mínimo;

  9. Auxiliar usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar ações erradas;

  10. Ajuda e documentação.


Nielsen (1999b) destaca que a gravidade de um problema de interface é uma combinação de três fatores:

  • Freqüência – implica saber se o problema é comum ou raro.

  • Impacto – deve-se procurar saber se os usuários conseguem ultrapassar o problema de maneira fácil ou com dificuldade.

  • Persistência – implica saber se os usuários poderão ultrapassar o problema, uma vez que tenham conhecimento de sua existência, ou serão repetidamente por ele incomodados.

Cada perito recebeu um arquivo para registrar sua avaliação dentro de uma lógica walkthrough. Em seguida os resultados foram concentrados em uma única planilha, aglutinando achados iguais e ajustando o estilo da redação dos achados. Depois os avaliadores receberam outra documento de avaliação, pedindo que cada não conformidade fosse classificada conforme os conceitos abaixo. Mesmo assim, matinemos os problemas enquadrados por cada heurística.


Para fins de avaliação, Nielsen (1999b) estabeleceu uma escala que varia de 0 a 4 para ser usada na determinação do grau de severidade de problemas de usabilidade.

  • (0) Não é encarado como um problema de usabilidade.

  • (1) Problema estético.

  • (2) Problema menor de usabilidade.

  • (3) Problema maior de usabilidade.

  • (4) Catástrofe de usabilidade.

Em síntese, todo o procedimento seguiu com base nas tarefas abaixo:

  1. Realizar o briefing com cliente

  2. Reunir um grupo de especialistas para executar a avaliação

  3. Modelar o kit de avaliação para os especialistas

  4. Pedir que os especialistas avaliem a interface isoladamente, posteriormente comparando-se os achados

  5. Obter o feedback dos avaliadores

  6. Atribuir níveis de gravidade aos problemas descobertos

  7. Tabular dados

  8. Elaborar o relatório

  9. Apresentar e entregar do relatório para o cliente

  10. Efetuar o encontro de debriefing com cliente


Por fim, os principais resultados encontrados foram isolados por heurística. Para exibição está se exibindo somente o arquivo de um avaliador. Além disso, foram retirados os conceitos de severidade, bem como os endereços e os apontamentos finais, tendo em vista questões contratuais estabelecidas com o cliente.




Nota 1: Abaixo está o documento usado como template para os avaliadores realizarem suas análises na fase individual.



Nota 2: Para os iniciantes disponibilizo uma versão adaptada com um checklist, criando um procedimento mais guiado. Ela é bem diferente da técnica original, mas poderá ser útil em um primeiro contato com o método.



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